A União Europeia (UE) vai desembolsar 2,4 mil milhões de meticais (35 milhões de euros) para apoiar os programas de conservação do meio ambiente marinho e a sua sustentabilidade em Moçambique.

A informação foi revelada no final de Maio, em Maputo, pelo conselheiro de Resiliência e Mudanças Climáticas da Delegação da União Europeia em Moçambique, Riccardo Rossi, durante um curso sobre Avaliação de Riscos da Comissão do oceano Índico (COI).

Rossi afirmou que, para implementar o programa, a UE está a trabalhar em coordenação com o Ministério do Mar Águas Interiores e Pescas (MIMAIP). “Estamos prontos para lançar um programa específico em colaboração com o MIMAIP para a economia azul. Queremos incrementar também investimentos em Moçambique por parte de empresas europeias e, sobretudo, a conservação do meio ambiente marinho e a sua sustentabilidade”, disse, citado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).

“Os montantes envolvidos estão em torno dos 2,4 mil milhões de meticais (35 milhões de euros). As linhas gerais do trabalho que vamos fazer conjuntamente já estão acordadas e a questão da contratualização do programa está em curso. Possivelmente, antes do final do ano, vai começar a implementação”, acrescentou o responsável.

Questionado sobre os ganhos para a União Europeia com o projecto, Riccardo Rossi explicou que “o nosso interesse é a parceria com o Governo e com agenda global que tem grande importância na sustentabilidade dos recursos marinhos”.

O responsável avançou ainda que a UE vela pela manutenção dos recursos pesqueiros, a sua sustentabilidade para as próximas gerações e ainda para o bem-estar dos operadores económicos. “Sabemos que também existem os operadores económicos europeus que trabalham nas águas de Moçambique e da região. Portanto, é um interesse comum manter esse recurso sustentável”, sublinhou.

Conservar e usar de os oceanos e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável corresponde ao Objectivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 14 estabelecido pela ONU. Um ODS que reconhece a importância crítica dos oceanos para o bem-estar humano, a segurança alimentar, a economia global e a saúde do planeta como um todo.

Aliás, a ONU enfatiza a necessidade urgente de todos os países protegerem os oceanos e os recursos marinhos, dado o seu papel vital na regulação do clima, na produção de oxigénio, na absorção de carbono e na manutenção da biodiversidade.