O Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, avançou nesta segunda-feira, 24 de Julho, que quase 40% da população moçambicana, dos 30 milhões de habitantes, é analfabeta, referindo que a maioria são mulheres.
Segundo o chefe de Estado moçambicano, as províncias de Niassa, Cabo Delgado e Nampula, no norte do País, e as províncias de Tete e Zambézia, no centro, são as que apresentam os maiores índices de analfabetismo.
“Nota-se que actualmente a taxa de analfabetismo entre as mulheres é de 49,4% e de 27,2% nos homens. É preciso reflectirmos porque é que isto está a acontecer”, declarou Filipe Nyusi, durante a abertura da conferência nacional da educação, que decorre desde ontem, em Maputo.
Nyusi referiu ainda que o problema atinge 50,8% da população rural e 18% da população urbana, sugerindo que os governantes das províncias mencionadas identifiquem e corrijam as deficiências na educação que estejam a contribuir para as baixas taxas de alfabetização.
O chefe do Estado manifestou ainda preocupação sobre os atrasos na conclusão dos níveis académicos, mencionando as estatísticas que revelam que uma criança leva, em média, o dobro de anos para concluir o ensino primário e que a taxa média de graduados em Moçambique está abaixo de 30%.
“Estes atrasos na conclusão dos níveis aumentam os custos para as famílias, para a sociedade e também comprometem o rácio aluno/professor”, vincou.
Ainda de acordo com o Presidente, há uma “grande disparidade” no número de estudantes universitários distribuídos pelo País, sendo que cerca de 100 mil (42,4%), dos mais de 237 mil matriculados no ensino superior, estão concentrados na capital, Maputo. Moçambique conta com um total de 56 instituições de ensino superior, das quais 22 públicas e 34 privadas, de acordo com dados avançados por Filipe Nyusi.