Os accionistas da Gapi-Sociedade de Investimentos decidiram lançar um programa de expansão da sua oferta de serviços financeiros e de assistência técnica a pequenas e médias empresas, com foco no empoderamento da mulher, segurança alimentar, transição energética e geração de emprego. Na Assembleia-Geral da sociedade, realizada no dia 12, foi aprovado o plano de actividades para 2024, que prevê um conjunto de medidas necessárias para a implementação deste programa, das quais se destacam o aumento do capital da sociedade, a modernização da rede de serviços digitalizada e o lançamento de uma plataforma de comunicação pública designada “Finanças para o Desenvolvimento – Fin4Dev”.

“Na apreciação ao plano de 2024, os accionistas sublinharam que esta instituição faz uma diferença no sistema financeiro, pois prioriza o impacto no desenvolvimento sustentável. A Gapi não opera como os bancos comerciais, os produtos da Gapi são programas e projectos que combinam serviços financeiros com assistência à gestão e educação financeira e, por isso, está registada como sociedade de investimentos. Face aos desafios que as pequenas e médias empresas (PME) enfrentam, para 2024 e exercícios seguintes temos de construir soluções para uma maior competitividade económica e equidade social”, declarou o porta-voz da instituição.

Para que os serviços disponibilizados sirvam um maior número de PME, a Gapi está agora autorizada a operar através de 15 delegações. Além disso, e em coordenação com outros parceiros, tem uma rede de dez unidades de implementação de projectos e incubadoras de novos negócios que promovem startups. A experiência de algumas dessas incubadoras, nomeadamente de um projecto designado “incubox” co-financiado pela delegação da União Europeia em zonas rurais da província do Niassa, está a ser replicada para outras regiões do País.

Como apoio a esta ampla rede, a Gapi iniciou um programa de digitalização que, em complemento ao software de gestão financeira já operacional, irá fazer uso de processos digitais incorporados em smartphones para uma maior eficiência e abrangência na recolha de oportunidades de investimento e posterior monitorização e coaching dos negócios em zonas rurais.

O programa da Gapi prevê uma maior interacção e parcerias com outras instituições motivadas a desenvolverem soluções para os problemas de exclusão social e défices no acesso a recursos financeiros e assistência técnica aos novos negócios. Para promover essa interacção, a Gapi, em parceria com a Associação dos Operadores de Microfinanças (AMOMIF) e a Media4Development, vão lançar, no dia 15 de Janeiro, a plataforma “Finanças para o Desenvolvimento – Fin4Dev”. A inclusão financeira com foco no empoderamento da mulher e PME serão temas privilegiados nesta plataforma de informação.

Com a operacionalização desta, e de um conjunto de actividades de formação de quadros da instituição e de microbancos, a Gapi pretende prestar assistência focada na melhoria da gestão, governação e sustentabilidade da rede de instituições especializada em financiar micronegócios.

Os accionistas mandataram ainda o Conselho de Administração para solicitar junto do Banco de Moçambique as autorizações legais para os aumentos de capital necessários à implementação deste programa.

A Assembleia notou a coincidência da data da sua realização, pois foi em 12 de Dezembro de 2006 que os accionistas fundadores da Gapi, o Ministério das Finanças/BPD e a Fundação Friedrich Ebert da RFA decidiram vender acções a entidades privadas nacionais, bem como a organizações da sociedade civil. O grupo de gestores, técnicos e trabalhadores (GTT) e uma sociedade de investidores privados (GapiGest) foram autorizados a adquirir 40% das acções; a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade e a Cruz Vermelha foram também aprovadas para adquirirem 30% das acções. Posteriormente, a CTA (Confederação das Associações Empresariais) adquiriu outro pacote de acções. No início, o capital da Gapi era de 41 milhões de meticais. Actualmente, é de 200 milhões de meticais.

Nas projecções feitas pelos gestores, prevê-se que para um maior impacto a nível nacional na prestação de serviços de assistência ao desenvolvimento das PME, os accionistas deverão preparar-se para uma capitalização até 400 milhões de meticais. Nos seus 33 anos de actividade, a Gapi obteve sempre resultados positivos, comprovando a sustentabilidade do seu modelo e estratégia de finanças para o desenvolvimento.