O Governo norueguês destinou 82,2 milhões de meticais (1,3 milhões de dólares) para a implementação de um projecto de gestão sustentável de mangais no distrito de Govuro, província de Inhambane.

A iniciativa, prevista para durar quatro anos (2022-25), visa fortalecer a gestão comunitária dos mangais e a sua adaptação às mudanças climáticas, revertendo o actual cenário de degradação dos ecossistemas costeiros, de acordo com o Further Africa.

A iniciativa centra-se na recuperação de mangais e ecossistemas associados, essenciais para a subsistência das comunidades costeiras. Celmira Feliciano, directora dos Serviços Provinciais de Ambiente, sublinhou que esta é a maior iniciativa de gestão sustentável de mangais alguma vez implementada no País.

O projecto já revitalizou três Conselhos Comunitários de Pesca (CCP) nos centros de Jenga, Matasse e Chinhumbu, destacando Govuro como um distrito com grande potencial piscatório, onde a pesca é a principal fonte de subsistência das comunidades locais. Além disso, foram criados mais dois conselhos nos centros de Maganzine e Buzene, que promoveram a importância da gestão sustentável dos mangais, envolvendo mergulhadores certificados que operam até 365 metros abaixo do nível do mar.

“A iniciativa beneficiou directamente 43 hectares de mangais, com o plantio de 37 mil árvores. Foram também introduzidos 80 mil caranguejos, 60 mil camarões e 50 mil peixes para repovoar as áreas restauradas, em colaboração com os PCC revitalizados e as comunidades locais”, lê-se na nota.

O embaixador da Noruega em Moçambique, Haakon Gram-Johannessen, referiu que este projecto está alinhado com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), e enfatizou a importância da cooperação entre os dois países na área ambiental. O administrador distrital de Govuro, Gilberto Guambe, enfatizou que o restauro dos mangais em Govuro servirá de modelo para outras regiões de Moçambique que enfrentam desafios semelhantes de degradação ambiental.