Banco Mundial estima que o nível de investimento necessário até 2030 para alcançar a resiliência climática do capital humano, físico e natural de Moçambique deve ascender aos 37,2 mil milhões de dólares. A informação consta no relatório sobre Clima e Desenvolvimento (CCDR) para Moçambique, divulgado recentemente pela instituição e a que o DE teve acesso.
Segundo o documento, o custo da inacção será provavelmente mais elevado. Porém, as receitas esperadas com as vendas de gás natural liquefeito (GNL) aumentarão a sustentabilidade da dívida do País e poderão gerar espaço orçamental significativo para apoiar investimentos em adaptação e infra-estruturas resilientes às alterações climáticas, embora estas receitas sejam esperadas apenas após 2030.
Entretanto, o Banco Mundial sublinha no relatório, que “os investimentos em resiliência e adaptação devem centrar-se nas necessidades mais urgentes”.
Destacando que os “impactos das mudanças climáticas poderão levar até 1,6 milhões de pessoas adicionais à pobreza até 2050, agravando ainda mais os factores de fragilidade na maior parte do País”, o documento aponta quatro caminhos para mitigar os possíveis impactos, assentes na adaptação, resiliência e crescimento de baixo carbono.
Adicionalmente, o gestor interino da Corporação Financeira Internacional (IFC), instituição do Banco Mundial, Vasco Nunes, afirma no relatório, que “reformas políticas direccionadas ajudarão Moçambique a desbloquear investimentos privados para projectos que vão fortalecer a resiliência do País aos choques climáticos bem como apoiar o crescimento económico sustentável”.
“A IFC reconhece o papel cada vez mais importante do sector privado em ajudar Moçambique a enfrentar os desafios das mudanças climáticas e no apoio ao crescimento e transição do País para uma economia de baixo carbono”, enfatizou o gestor, acrescentando que o Executivo moçambicano tem demonstrado um sólido compromisso com a acção climática.
O relatório do Banco Mundial é um diagnóstico que integra considerações sobre mudanças climáticas, visando ajudar as nações a priorizar acções que possam reduzir as emissões de gases de efeito estufa e impulsionar a adaptação, enquanto se cumprem metas de desenvolvimento mais amplas.