A Noruega vai disponibilizar 94 milhões de dólares para melhorar a segurança alimentar em seis países africanos, incluindo Moçambique. A verba vai ser aplicada na produção de arroz adaptado ao clima, na preservação de sementes locais e no aumento da produtividade dos pequenos agricultores.

“A fome no mundo está a aumentar pelo quinto ano consecutivo. Quase 300 milhões de pessoas não sabem quando e como farão a próxima refeição. Melhorar a segurança alimentar é uma prioridade fundamental para a política de desenvolvimento do Executivo da Noruega”, avançou uma informação divulgada pelo website regjeringen.no.

De acordo com o website oficial do Governo Norueguês, o financiamento concedido será gerido pela Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (Norad), devendo ser canalizado por um período de cinco anos para iniciativas executadas por organizações diferentes que trabalham no Níger, Maláui, Uganda, Tanzânia, Etiópia e Moçambique.

“Com este apoio financeiro à sociedade civil, a Noruega pretende chegar aos pequenos agricultores. Queremos aumentar a produção e torná-los mais resilientes às alterações climáticas, às dificuldades económicas e aos conflitos. Estamos a apoiar melhorias nas cadeias de valor locais para levar os alimentos dos campos às cidades e, desta forma, desenvolvermos os esforços dos próprios países africanos para incrementar a segurança alimentar”, afirmou Anne Beathe Kristiansen Tvinnereim, ministra da Cooperação para o Desenvolvimento da Noruega.

A governante recordou que, recentemente, as Nações Unidas revelaram que a desigualdade de género na agricultura tem um impacto considerável na segurança alimentar e nutricional a nível global, e que as mulheres produtoras de alimentos enfrentam mais obstáculos e são mais duramente afectadas pela crise alimentar do que os homens.

Segundo a responsável, a eliminação das disparidades de género nos sistemas alimentares poderia reduzir o número de pessoas com insegurança alimentar em 45 milhões e aumentar o rendimento dos países.

“As mulheres trabalham em todas as partes do abastecimento alimentar, desde a produção, transformação e venda. E elas devem ter melhores oportunidades. Apoiar as mulheres que trabalham com alimentos proporcionará mais segurança alimentar e mais desenvolvimento económico para todos”, sublinhou Tvinnereim.